A bicicleta é um dos melhores veículos do mundo se não for a única melhor.
Não poluem, são fáceis de guardar, faz bem à saúde usá-las e são lindas.
Qualquer um se apaixona por uma bicicleta e não existe ninguém no mundo que as odeie.
Para que odiar uma invenção tão simples que veio para nos ajudar, não é mesmo? Inclusive já falamos sobre os melhores modelos aqui no Bicicleta para Todos.
Pensando nisso, fizemos esse artigo cheio de curiosidades acerca da bicicleta no Brasil: como ela veio para cá e o porquê de seu sucesso tão estrondoso até hoje em dia.
Pois, a bicicleta é uma invenção muito antiga e faz sucesso até nos dias de hoje em qualquer lugar que você vá.
Acompanhe esse artigo e descubra a maravilha dessa maravilha.
Confira!
Como a bicicleta foi inventada?
Ela foi inventada pelo alemão Karl von Drais, em 1817, e tinha uma espécie de viga de madeira com duas rodas ligadas e alinhadas no sentido de giro, um banco e uma alavanca.
Para mover-se, o usuário “patinava” sobre o chão, empurrando os pés alternadamente.
Mas, na verdade, quem começou tudo isso foi o famoso pintor Leonardo da Vinci.
O gênio da renascença fez o coração da bicicleta quando desenhou o sistema de transmissão por correia dentada e o seu primeiro esboço.
Inclusive, recentemente houve uma exposição com uma réplica construida, conforme a foto abaixo.
Porém, naquela época, ninguém sabia desse fato e os desenhos do pintor só se tornariam famosos no século XX, mas a bicicleta nasceria um pouquinho antes, em 1817.
A ideia, a princípio, era um cavalo de pau sobre as rodas, sem as correntes e nem um pedal.
E até o nome da “bicicleta” era diferente: chamava-se “laufmaschine”, que, numa tradução livre, seria algo como “máquina de correr”.
O pneu foi criado a começar por uma borracha cheia de ar comprimido que tornou o carro e o avião possível de existir.
Contudo, curiosamente, a estreia dessa invenção foi na bicicleta: John Dunlop, um escocês, inventou o pneu e o instalou, primeiramente, na bicicleta do filho em 1887 e foi um sucesso!
A bicicleta é considerada uma super máquina de locomoção e a mais eficaz do planeta.
Para ser ter uma ideia, é usada 99% de nossa energia em cada pedalada contra 20% apenas em cada acelerada de um carro, por exemplo.
Uma bicicleta permite que você percorra três vezes a distância do que faria, simplesmente, andando a pé sem gastar um pingo de energia a mais por isso.
Somente nas subidas (ruas altas, por exemplo), a bicicleta pode perder parte de sua eficiência: você terá de usar 85% de sua energia, pois se desperdiça muito a marcha mais leve.
Porém, em um trânsito, a bicicleta faz muito sucesso!
Mas, o que garante a seguridade do ciclista nessa hora: diminuir o limite da velocidade da bicicleta? Fazer pistas para bicicletas? Freios bons?
Pesquisas e uma universidade de New South Wales, na Austrália, diz que se deve dobrar o número de bicicletas na rua.
Se isso acontecer, o número de acidentes com ciclista cai para um terço.
Em Amsterdã, essa medida foi adotada e em cada 10 viagens, 4 são feitas com bicicletas, conforme estudo.
A bicicleta no Brasil
As bicicletas inaugurais que vieram ao Brasil foram que tinham sido inventadas a pouco na Europa.
Os primeiros a comprar as “magrelas” foram pessoas de classe alta do Rio de Janeiro e São Paulo, que viajavam muito para Londres e Paris e ficaram encantados com a notícia.
O arquivo mais velho que se tem dessas famílias é o de Antônio da Silva Prado Júnior, o Pradinho, que é neto de Veridiana Valéria da Silva Prado e que se apaixonou pelo ciclismo da Europa.
Comprou sua bicicleta da França e a trouxe para o Brasil.
Curiosamente, as bicicletas iniciais que chegaram aqui, não foram “bicicletas” e, sim, uma primeira invenção chamada “biciclo”.
Biciclo ou “Penny-farthing” ou “high wheel” ou “ordinary” é um tipo de bicicleta com a roda dianteira de grande dimensão e a traseira pequena.
O modelo tornou-se popular depois do boneshaker e antes do desenvolvimento da “bicicleta segura”, na década de 1880.
Poucos tempo depois, os biciclos foram superados pela nova tecnologia da bicicleta que hoje conhecemos.
Este tipo ganhou o reconhecimento como veículo logo no fim do século XIX, quando foi incluída no ciclismo na 1ª Olimpíada da Era Moderna, que foi realizada em Atenas, em 1896.
Em junho de 1896, foi inaugurado o Velódromo Paulista em São Paulo/SP.
O velódromo foi feito a encomenda de Veridiana em sua chácara da Rua Consolação, próximo a então Praça Roosevelt de hoje em dia.
O Velódromo Paulista foi fundamentado nos atributos e tamanho do Velódrome Buffalo, que fica em Paris, na França e foi feito e erguido pelo arquiteto Tomaz Gaudêncio Bezzi.
O arquiteto Tomaz Gaudêncio Bezzi foi o responsável por ter feito grandes projetos como o Museu do Ipiranga e o Museu Paulista da USP.
Ainda no fim do século XIX, existia o “Circo de Velocípedes”, na Praça da República, que e
ra um lugar que lecionava sobre bicicleta e, ainda, alugava algumas aos que já sabia andar.
As bicicletas nessa época eram caríssimas e raras aqui no Brasil. Diferente de hoje, que podemos encontrar modelos baratos.
Começo da popularização
A propagação da bicicleta levou muito tempo para ocorrer.
Isso porque, para comprar uma simples bicicleta naquela época, era muito difícil pelo seu preço.
Porém, o veículo iniciou o seu sucesso graças a uma prova da Nove de Julho, em 1933.
E começou a ficar mais ainda fácil de adquirir uma bela bicicleta após a Segunda Guerra Mundial, mais precisamente, em 1950, quando a bicicleta se tornou acessível aos trabalhadores e ao ciclismo esportivo.
Você pode ter notado até aqui que são limitadas as informações sobre como a bicicleta veio parar aqui no Brasil.
Para se ter uma ideia, o resultado mais interessante quanto a isso foi do historiador Valter Bustos, cujo suas pesquisas se encontram na revista Bicisport, na edição 40, nos anos 1994/96.
Durante suas pesquisas, Bustos concluiu uma vasta dificuldade para implantar um parque industrial brasileiro para a criação de bicicletas no começo do século XX.
Modernização da Bike no Brasil
Somente no final dos anos 40 surgiram as indústrias que cresceriam nos anos 50.
Até aí, pequenos empresários importavam as bicicletas, seus acessórios e componentes.
Esses empresários começaram a ter como produzir seus próprios modelos de paralamas e quadros usados nas montagens, tendo excelência e qualidade.
No final dos anos 40, a Caloi e a Monark começaram as suas indústrias e seus comércios.
Antes, elas traziam bicicletas da Europa de excelente qualidade para revender no Brasil com suas marcas.
Nessa época, a comercialização e a fabricação de bicicletas no Brasil tiveram um “boom” quando surgiram outras marcas tão boas quanto a Caloi e a Monark.
As bicicletas fabricadas no Brasil tinham uma qualidade boa para competir com as bicicletas importadas e que podiam ser adquiridas em lojas famosíssimas na época como a Mesbla, Eletroradiobrás, Mappin, Lojas Pirani e Cássio Muniz.
Ciclismo no Golpe militar
Durante os anos 60, tivemos o golpe militar que transformou a economia e trouxe insegurança para os fabricantes por causa do dólar que importavam maquinários e outros componentes.
As grandes fabricantes de bicicleta, Monark e Caloi, nesse meio tempo, resolveram dividir em meio a elas o comércio do Brasil, enquanto outras fábricas, que eram pequenas, faliram ou foram absorvidas.
Para piorar, naquela mesma época, as bicicletas encomendadas do exterior foram proibidas pelo governo militar e por isso o veículo tornou-se uma meta de consumo dificílimo de concretizar.
Na década de 80, mesmo tendo o Senso do IBGE que dava abertura para o pobre necessitado trabalhador, a bicicleta ainda era vista como mero brinquedo ou instrumento de lazer.
A coalizão das marcas Caloi e Monark durou muito tempo até somente nos anos 90, quando as lojas do Brasil de bicicletas feitas em China, Taiwan e Japão abriram novamente.
Bicicletas modernas
Então, o comércio passou por uma forte modificação por causa da introdução de mercadorias de alta qualidade e que cabia no perfil exigente do comprador de bicicleta.
Outra coisa que aconteceu no mesmo tempo foi a expressão “mountain bike” incomodar o consumidor mais pobre nesse mercado.
Falando em “mountain bike”, essas apareceram em nosso país primeiramente no Rio de Janeiro.
Os cariocas importaram essas bicicletas e fizeram grupos de pessoas para pedalar em caminhos como trilhas, pequenas estradas e fazendas velhas.
Aquele que não tinha uma bicicleta importada, improvisava com alguma bicicleta nacional como a Monark Ranger ou uma da Philips.
Surgimento dos Torneios de Bikes no Brasil
O 1ºtorneio de bicicleta feito no Brasil foi feito por Marcos Ripper em 3 fases na cidade de Paraíba do Sul/RJ.
No estado de São Paulo, o 1º torneio foi com o Cruiser das Montanhas Caloi, que foi feito por Renata Falzoni, na cidade de Campos do Jordão.
Com isso, a categoria mountain bike estudou no Brasil graças a sua difusão no esporte.
Falzoni também introduziu os passeios à noite pelas vias da cidade de São Paulo (São Paulo).
Começou com umas pedaladas sozinha e imediatamente conquistou o acompanhamento de seus amigos.
Bicycle Advocacy
No final da década de 80, esses passeios informais deram a origem ao que se chama Night Biker e depois se tornou Night Biker’s Club do Brasil.
Esses grupos serviam para divulgar os passeios de bicicletas durante a noite, fomentar a mountain bike e ainda abrir espaço para a discussão sobre a educação e a seguridade do ciclista.
Esta ação é tida como um fator muito importante e consolidado no Brasil em prol do cicloativismo.
Este movimento é tão famoso, que em inglês ele é conhecido como “bicycle advocacy”, no qual compõe em uma ação a favor dos direitos dos ciclistas utilizar a via pública.
Isso visa aperfeiçoar as situações das vias de pedalar e divulgar a utilização da bicicleta com
o um veículo sério e não um mero brinquedo ou lazer.
Ainda no fim da década de 80, a mountain bike conquistou a força quando o 1º torneio foi realizado, chamado de Copa Halls-Schick, no qual na sua segunda prova teve mais de 200 pessoas participando.
Na fase final, chegou a ter mais de 400 ciclistas participando.
Posteriormente, a Federação Brasileira de Ciclismo lançou o Campeonato Brasileiro, com fases feitas nos estados de Rio de Janeiro e do São Paulo.
Assim, conseguiu consagrar o esporte.
Porém, em 1933, o jornalista Cásper Líbero criou a Prova Ciclística Nove de Julho .
A Prova Ciclística Nove de Julho foi feita por Líbero em memória aos falecidos na Revolução Constitucionalista, em São Paulo, no ano de 1932.
O primeiro a vencer a prova foi o brasileiro José Magnani.
Curiosamente, a 65º Prova realizada em 2008, foi conquistada por Michel Garcia, um cubano.
Até a 46º só tinha a modalidade masculina, mas só em 1990 foi feita a modalidade feminina da prova.
E na primeira prova feminina, a vencedora foi a brasileira Camila Coelho.